Avaliação Digital
Docentes: José António Moreira, Idalina Lourido Santos & Ana Machado
Neste processo de formação, muitos são os conceitos que ajudam a estruturar um paradigma de formação, ensino-aprendizagem e avaliação. os conceitos de feed back, fedd up e feed forward, ajudam-nos a refletir o processo de avaliação, pelo que torna-se necessário, fazer um refresh sobre os mesmos.
Uma introdução clássica à abordagem de feedback no ensino é encontrada em Hattie e Timperly (2007). Estes enfatizam que é importante incluir feedback na forma de autoavaliação nos cursos, pois desenvolve e apoia a autoconfiança do aluno e insights sobre como adquirir habilidades. Se o próprio aluno e junto com os colegas puderem dar feed up e feed back, eles já adquiriram, até certo ponto, conhecimento do que significa a habilidade.
O feed up tem como principal objetivo clarificar os objetivos de aprendizagem, bem como os critérios a partir dos quais professores e alunos desenvolvem processos de regulação e autorregularão, numa lógica formativa (Machado, 2019, p.3)
O feed forward, por outro lado, é o instrumento mais importante do professor para apoiar a aprendizagem.
Também é comum usar o termo formativo em conexão com o feedback que tem como objetivo principal orientá-los no processo de aprendizagem.
8 MOTIVOS PARA ADOTAR O FEEDFORWARD
Motivo nº 1 - o feedforward promove segurança psicológica e comunicação aberta: feedforward é uma ferramenta muito eficaz para promover a segurança psicológica e ajuda a identificar o problema e sugerir o caminho para uma solução.
Motivo nº 2 - o feedforward é voltado para o futuro: futuro é a palavra-chave, o feedforward concentra-se no que pode ser melhorado ao invés de feedback positivo ou negativo sobre ações do passado.
Motivo nº 3 - o feedforward abre o leque de possibilidades: o feedforward ajuda a mudar o foco de problemas e limitações para soluções e possibilidades, o que pode melhorar a experiência e melhorar os resultados.
Motivo nº 4 - o feedforward não julga: ao contrário do feedback, o feedforward não é crítico. Não reforça relações interpessoais negativas. O feedforward é fortalecedor quando é realizado, amplia a visão sobre o futuro, estimulando a buscar maneiras diferentes de fazer algo que tenha feito no passado.
Motivo nº 5 - o feedforward ajuda a descobrir líderes: talvez a vantagem mais positiva do feedforward, em comparação ao feedback, seja o fato de dar ferramentas para se descobrir quem tem potencial para a liderança.
Motivo nº 6 - o feedforward incentiva o crescimento: o feedforward concentra-se em objetivos orientados para a expansão e fornece feedback construtivo sobre como melhorar o desempenho futuro. Dessa forma, motiva e incentiva mudanças positivas.
Motivo nº 7 - o feedforward fortalece a dinâmica da equipe: o feedforward é extremamente útil na comunicação, pois permite uma melhor troca de informações, sem receio de críticas. Assim gera relações interpessoais positivas.
Motivo nº 8 - o feedforward estimula a criatividade e inovação: por se concentrar no que poderia ser feito de maneira diferente, o feedforward trabalha uma habilidade muito importante que é a criatividade ao lado da inovação.
Avaliação Psicométrica e Edumétrica
Das leituras dos materiais didáticos propostos, uma vez mais, surge, para nós, o conceito de aprendizagem significativa. Nesta pós-graduação a assimilação de novos conceitos permitem mapear o paradigma da educação digital em rede, pelo que a frase seguinte levou-nos a aprofundar os conceitos de avaliação psicométrica, normativa e avaliação edumétrica, criterial.
“Assistimos, assim, à transição de uma perspetiva psicométrica para uma perspetiva edumétrica e uma cultura de avaliação (Amante, Oliveira, & Pereira, 2017).” Moreira et al. (2020) Educação Digital em Rede: Princípios para o design pedagógico em tempos de pandemia, p.,49
Da pesquisa efetuada obtivemos as seguintes semelhanças e diferenças:
- Estamos perante uma perspectiva psicométrica, também denominada normativa, quando um docente compara a aprendizagem de um aluno com os restantes, e como resultado da comparação, conclui que o aluno apresenta um alto, médio ou baixo desempenho.
São caraterísticas fundamentais:
- o resultado da medição das aprendizagens é interpretado comparando o rendimento de cada aluno com os demais do grupo específico onde é avaliado;
- a avaliação não é absoluta, é relativa;
- a classificação de um aluno depende das características do grupo, no momento da avaliação;
- o desempenho médio do grupo e a sua variabilidade constituem a norma e o marco de referência para analisar e avaliar a qualidade do resultado;
- os resultados proporcionam escassa informação sobre o grau de eficiência que o aluno possui no que diz respeito ao que foi avaliado;
- quanto maior a variação, dispersão, dos resultados de um grupo, mais útil e significativa será a comparação entre a pontuação de um aluno e a do grupo; e por fim
- os resultados são válidos, úteis e generalizáveis unicamente dentro do mesmo grupo.
Na perspetiva edumétrica, também denominada de criterial, o docente pretende que a avaliação expresse o grau que cada aluno atinge, através das aprendizagens esperadas e dos objetivos propostos. Os resultados da aprendizagem possuem um critério absoluto. Este critério representa que, o docente, deve saber o que o aluno sabe fazer (ex: calcular índices; identificar fontes de financiamento; realizar análises; conectar diferentes elementos de uma rede). Os critérios assim definidos servirão como marco de referência para determinar e comparar o que pode fazer o aluno e se a sua execução é igual ou inferior à aprendizagem desejada. Assim, ficam de lado, os efeitos de comparação com o resto do grupo avaliado.
Numa prova de avaliação com fins edumétricos não interessa o grau de dificuldade nem o nível de discriminação das perguntas, muito menos comparar os resultados. A aprendizagem faz-se pela avaliação dos comportamentos observados e assim as informações obtidas servem de base útil e válida para empreender ações de reforço ou corretivas, tanto das aprendizagens como dos procedimentos de ensino.
São caraterísticas fundamentais da avaliação edumétrica:
- a formulação clara e precisa dos critérios de avaliação são a base para definir e avaliar as aprendizagens planificadas;
- as provas devem constituir uma representação exata da aprendizagem esperada que se deseja avaliar; as perguntas devem ser congruentes com os critérios de avaliação;
- os resultados da aprendizagem comparam-se com os critérios absolutos definidos previamente pelo docente;
- o nível de aprendizagem mínimo aceitável é estabelecido antes de aplicar as provas e deve estar baseado em experiências e condições semelhantes;
- não interessa identificar os estudantes melhores ou piores num grupo, mas estabelecer de forma clara e conclusiva que os alunos atingiram ou não as aprendizagens;
- as informações transmitidas servem para supervisar o progresso individual dos alunos e a eficiência do ensino realizado; e por fim,
- está orientada para cumprir a função formativa e não seletiva das aprendizagens dos estudantes.
Consulte: Enfoque psicométrico y edumétrico da evaluacion (2007)
A cultura de avaliação emerge como contraponto à cultura do teste. Carateriza-se por:
- Avaliação do processo e do produto
- Participação do estudante
- Pluralidade de formas não estandardizadas
- Tarefas de avaliação próximas do real
- Valorização da descrição qualitativa
- Avaliação integrada em contextos
- Reforço da reflexão dos estudantes
A “cultura de avaliação” dá relevo à autenticidade (aprendizagem situada em contextos reais, ligados à vida profissional); ao trabalho de grupo assente na interação social e no feedback; à autoregulação da aprendizagem por parte do estudante, ao scaffolding, que apoia o estudante e o faz progredir
O conceito de scaffolding (colocar andaimes) introduzido por Wood et al. (1976) diz respeito às intervenções do adulto ou dos pares que procuram, ao encontro das necessidades do aprendente, e não para além delas, ir fornecendo suporte (tutoria) adequado ao desenvolvimento de competências emergentes que lhe possibilitam obter sucesso numa dada tarefa, sem, contudo, lhe apontar a solução, contribuindo dessa forma para o seu desenvolvimento cognitivo.
Em programação serve para indicar que o código a que se refere é apenas um esqueleto usado para tornar a aplicação funcional, e se espera que seja substituído por algoritmos mais complexos à medida que o desenvolvimento da aplicação progride. Na educação é um termo que designa o estágio inicial para um indivíduo que está sendo submetido a uma experiência pela primeira vez. Desta forma, é dado a ele todo o suporte para que o mesmo possa atingir as metas de aprendizagem.
São dimensões fundamentais do Modelo PrACT a Praticabilidade, a Autenticidade, a Consistência e a Transparência do ato avaliativo (PrACT).
UC AVALIAÇÃO DIGITAL PROPOSTA DE E-ATIVIDADE:
Discussão acerca da avaliação com recurso à IA
Diretivas antecipadas de vontade – Testamento vital – Plano Original
Solicito um parecer qualitativo sobre o um plano de avaliação numa atividade formativa
- O que avaliar?
Aquisição de conhecimentos sobre a aquisição de competências sobre as diretivas antecipadas de vontade (testamento vital) no serviço nacional de saúde em Portugal. O que é o RENTEV, como se processa, duração da validade do testamento vital, o procurador de cuidados.
- Quem avalia (especificar o ano de frequência alunos, referir, se for o caso, outros
intervenientes)?
Estudantes do 4.º ano da licenciatura em enfermagem, na unidade curricular de ética em saúde.
- Quando avaliar (momento, consoante o tipo de avaliação)?
Avaliar durante o processo e na apresentação do produto
- Como avaliar (atividades formativas a desenvolver)?
Identificação da legislação
Análise da situação à base do principalismo de Childress e Beauchamp
Qual o procedimento de inscrição no RENTEV
- Quais são os critérios de avaliação?
Identificação da legislação
Identificação dos princípios éticos em foco
- Como será devolvido o feedback?
Documento escrito, grelha de avaliação. Vídeo com avaliação oral sobre o trabalho desenvolvido.
Diretivas antecipadas de vontade – Testamento vital – Avaliação do ChatGPT.
### Parecer Qualitativo sobre o Plano de Avaliação na Atividade Formativa
#### O que avaliar?
A avaliação deve focar-se na aquisição de conhecimentos e competências dos estudantes sobre as diretivas antecipadas de vontade, conhecidas como testamento vital, no Serviço Nacional de Saúde em Portugal. Especificamente, a avaliação deve abranger:
- **Compreensão do RENTEV (Registo Nacional do Testamento Vital)**:
- Conceito e importância.
- Procedimentos de inscrição.
- Duração da validade do testamento vital.
- Funções e responsabilidades do procurador de cuidados.
#### Quem avalia?
A avaliação será realizada por professores da unidade curricular de ética em saúde, direcionada aos estudantes do 4.º ano da licenciatura em enfermagem. Poderá incluir a participação de outros intervenientes, como profissionais de saúde convidados (ex.: médicos, enfermeiros com experiência em cuidados paliativos) para fornecerem uma visão prática e aplicada.
#### Quando avaliar?
A avaliação deve ser contínua e formativa, ocorrendo em dois momentos principais:
- **Durante o processo de aprendizagem**:
- Observação do envolvimento e participação dos estudantes em atividades formativas, como discussões em grupo e análise de casos práticos.
- Revisões periódicas dos progressos através de quizzes, atividades em sala de aula e pequenos trabalhos escritos.
- **Na apresentação do produto final**:
- Avaliação do trabalho final apresentado pelos estudantes, que pode incluir relatórios escritos e apresentações orais.
#### Como avaliar?
As atividades formativas a desenvolver incluem:
- **Identificação da legislação**:
- Pesquisas e debates sobre a legislação portuguesa relativa às diretivas antecipadas de vontade.
- Análise comparativa com legislações de outros países para contextualizar e aprofundar o entendimento.
- **Análise da situação com base no principalismo de Childress e Beauchamp**:
- Discussões em grupo sobre casos práticos, aplicando-os.
Análise Crítica
Pode parecer-vos ridículo, mas foi a minha primeira experiência com o ChatGPT. Eram mais os preconceitos e os receios do que a curiosidade. Fiquei estupefato com a rapidez, com a organização do texto. Não senti necessidade de modificar nenhum dos itens. Estaria pronto a ser utilizado com estudantes de enfermagem.
Miguel Gomes
Foi pedida um segundo Parecer Qualitativo sobre o Plano de Avaliação
1. **Objetivos da Avaliação**
Os objetivos do plano de avaliação são claros e bem definidos. Pretende-se avaliar a aquisição de conhecimentos e competências sobre as diretivas antecipadas de vontade, nomeadamente o testamento vital, dentro do Serviço Nacional de Saúde em Portugal. Este foco é relevante e alinhado com a unidade curricular de ética em saúde.
2. **Critérios de Avaliação**
**Critérios de Avaliação:**
- **Identificação da legislação:** Avalia a capacidade dos alunos em identificar e compreender a legislação relacionada com as diretivas antecipadas de vontade.
- **Identificação dos princípios éticos em foco:** Avalia a habilidade dos alunos em aplicar os princípios éticos, especificamente os de Childress e Beauchamp, na análise de situações práticas.
Esses critérios são relevantes, mas poderiam ser mais detalhados para fornecer uma avaliação mais completa e objetiva. Por exemplo, incluir a clareza na apresentação, a precisão das informações e a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos.
3. **Métodos de Avaliação**
**Durante o Processo:**
- **Identificação da legislação:** Este componente é essencial para garantir que os alunos compreendam a base legal das diretivas antecipadas de vontade.
- **Análise da situação à base do principalismo de Childress e Beauchamp:** Este método fomenta o pensamento crítico e a aplicação prática dos princípios éticos.
**Apresentação do Produto:**
- **Procedimento de inscrição no RENTEV:** Avaliar este procedimento é crucial para assegurar que os alunos compreendem os aspectos práticos da inscrição no Registro Nacional do Testamento Vital (RENTEV).
4. **Quem Avalia**
Os alunos do 4.º ano de licenciatura em enfermagem são avaliados nesta unidade curricular. Considerar a inclusão de feedback de outros intervenientes, como profissionais de saúde ou especialistas em ética, poderia enriquecer o processo avaliativo.
5. **Quando Avaliar**
Avaliar tanto durante o processo quanto na apresentação final é uma abordagem equilibrada. A avaliação formativa durante o processo permite ajustes e melhorias contínuas, enquanto a avaliação somativa na apresentação final fornece uma visão completa do aprendizado.
6. **Feedback**
O plano de feedback é robusto:
- **Documento escrito e grelha de avaliação:** Proporciona uma avaliação estruturada e detalhada, que os alunos podem consultar posteriormente.
- **Vídeo com avaliação oral:** Permite uma comunicação mais direta e personalizada, ajudando os alunos a entender melhor seus pontos fortes e áreas de melhoria.
Sugestões de Melhoria
1. **Detalhamento dos Critérios de Avaliação:**
- Expandir os critérios para incluir a clareza e organização da apresentação, a capacidade de resposta a perguntas e a aplicação prática dos conceitos.
2. **Incorporar Avaliação por Pares:**
- Incentivar a avaliação por pares pode proporcionar diferentes perspectivas e fomentar um ambiente colaborativo.
3. **Diversificação das Atividades Formativas:**
- Adicionar estudos de caso ou simulações práticas para permitir que os alunos apliquem os conceitos em cenários realistas.
4. **Feedback Contínuo:**
- Oferecer feedback contínuo ao longo do processo, além das avaliações formais, para ajudar os alunos a ajustar suas abordagens em tempo real.
Conclusão
O plano de avaliação está bem estruturado e aborda de forma eficaz a aquisição de conhecimentos e competências sobre as diretivas antecipadas de vontade. Com algumas melhorias nos critérios de avaliação e na diversificação das atividades formativas, o plano pode proporcionar uma experiência de aprendizagem ainda mais enriquecedora e alinhada com os objetivos da unidade curricular de ética em saúde.
Durante uma sessão síncrona na unidade curricular de avaliação digital a Doutora Susana Henriques apresentou o projeto de avaliação da Universidade Aberta, utilizando a plataforma WISEflow.
Fez-nos refletir sobre as vivências no período de ensino remoto de emergência vivido durante a pandemia de COVID 19 e as novas estratégias e plataformas de avaliação digital.
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